Oncologia Genética
por Dra Roberta Galvão

O que é cirurgia de redução de risco de câncer?

A cirurgia pode ser importante em vários cenários na oncologia: a cirurgia é usada para prevenir (profilática), diagnosticar, estadiar e tratar (curativa ou de-bulking) o câncer.

A cirurgia também pode aliviar (paliativa) o desconforto ou problemas relacionados ao câncer. Às vezes, uma cirurgia pode atender a mais de um desses objetivos.

A cirurgia preventiva ou profilática, também considerada como cirurgia redutora de risco, é feita para remover o tecido corporal que pode se tornar câncer – mesmo que não haja sinais de câncer no momento da cirurgia. Às vezes, um órgão inteiro é removido quando uma pessoa tem uma condição que a coloca em alto risco de ter câncer. A cirurgia é feita para reduzir o risco de câncer e ajudar a prevenir a chance de câncer, mas não garante a prevenção completa do câncer.

São exemplos de cirurgia redutora de risco:

  • Mastectomia e suas variações (ex. adenomasctetomia): remoção das mamas bilateral ex. considerada em mulheres com mutação nos genes BRCA1 e 2.
  • Salpingooforectomia bilateral: remoção dos ovários e trompas de falopio ex. recomendada em mulheres com mutação nos genes BRCA1 e 2.
  • Gastrectomia total: remoção do estômago ex. considerada em pacientes com mutação dno gene CDH1.
  • Colectomia total ou protocolectomia total: remoção do colon ( intestino) +/- remoção do reto ( porção distal do intestino) ex. recomendada em pacientes com síndrome de polipose intestinal.

 

De uma forma geral as cirurgias redutoras de risco são consideradas em indivíduos que apresentam risco muito elevado de câncer, muitas vezes em decorrência de alguma mutação genética hereditária (como as acima citadas) que eleva o risco por mais de 5x comparado com a população em geral. Como toda cirurgia existem potenciais complicações; algumas imediatas e outras tardias/definitivas.

Portanto a indicação e a decisão de realizar uma cirurgia de redução de risco de câncer deve ser sempre acompanhada de uma avaliação genética especializada de risco de câncer por um profissional oncogeneticista que pode discutir riscos vs benefícios do procedimento.

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